quarta-feira, 13 de agosto de 2014




3. Comportamento Individual e Comportamento Social: Influências Recíprocas
O documentário “Tiros em Columbine” demonstra, por meio de um acervo de notícias recentes, como o social pode influenciar no comportamento das pessoas. Através da mídia, da política, de noticiários, que enfatizam a violência e implantam o medo, disseminam a cultura de que "a melhor defesa é o ataque", e que a melhor forma de se fazer isso é através do armamento em massa.
Ao que o documentário mostra, a política do país, através dos meios de comunicação tem conseguido influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, de forma incrivelmente favorável ao uso de armas e apologia a violência como forma de proteção de si mesmo, de sua família, de seus amigos, de um “inimigo invisível”, e desfavorável no que tange a preservação da vida em si, das relações humanas e da harmonia no contato com o outro. Há um condicionamento sobre o “pensamento” das pessoas, capaz de formular suas opiniões.
Essa cultura age sobre os cidadãos americanos, provocando uma insegurança nacional, o que faz com que o “medo’ seja um sentimento crônico e, devido a esses estímulos faça-os buscar uma falsa segurança armamentista e violenta. Assim, as indústrias de armas ganham muito mais dinheiro e, conseqüentemente, o governo lucra també, com os impostos, ignorando as conseqüências e transformando dos EUA no país mais violento do mundo, onde adolescentes e até mesmo crianças podem se matar com armas de fogo.
Moore afirma que, através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos, de certa forma, suficientemente atrativos, mas que desencadeiam comportamentos violentos e sentimento de medo, para desviar a atenção das pessoas dos verdadeiros problemas da sociedade, como os econômicos, sociais, políticos...
O governo parece manipular os meios de comunicação, sabendo que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturando-as com certo número de informações, que apelam para fatos irrelevantes ou sem muita importância, não sobra espaço/tempo para as pessoas receberem outras idéias/informações, desviando a atenção e distraindo-as de questões mais graves. O que é mostrado, por exemplo, através da ênfase dada ao cantor Marilyn Mason e suas músicas, chegando a “culpá-lo”, como o causador do ocorrido em Columbine, ignorando todo o resto do ambiente dos estudantes que cometeram o ato, como o modo de funcionamento da própria escola, o convívio dentro de casa com a família, os relacionamentos interpessoais desses jovens, outros estímulos da mídia, dentre outros.
De acordo com Althusser (s.d.p.43),
o papel dos meios de comunicação de massa, como um dos aparelhos ideológicos do Estado (meios pelos quais o Estado se utiliza para garantir a reprodução das relações de produção através da ideologia, em oposição à repressão), consiste em saturar todos os cidadãos com doses diárias de nacionalismo, chauvinismo, liberalismo, moralismo etc., através da imprensa, rádio e da televisão.

Nesse contexto, os meios de comunicação de massa teriam o papel de difundir idéias e informações de acordo com a vontade daqueles que estão no poder, ocasionando, propositalmente, certos erros ao divulgar informações, como a superficialidade, a banalização, a imparcialidade e a omissão. Como afirma Moore, a mídia/noticiários, podem até não mentir, mas certamente manipulam e selecionam aquilo que vão passar ao telespectador, desviando o foco e mascarando fatos que deveriam ter maior atenção.
Em uma civilização, como a americana, mesmo que, devido a essa política de necessidade de se proteger, eles se isolem e restrinjam o contato humano, ainda assim o comportamento social está presente, não dá para se “fugir” dele, estando inserido em uma sociedade. O comportamento social torna uma pessoa parte do ambiente de outra, fazendo com que o outro indivíduo estabeleça ocasião ou libere conseqüências de respostas em contingências sociais.
Tal afirmação mostra como os comportamentos individuais e sociais se influenciam mutuamente, como seres humanos todos possuem sua ontogenia, uma história única e individual, mas que além de ser formada através de contingências ambientais, o comportamento individual também é construído a partir dos contatos interpessoais, a partir do comportamento social, que com o tempo e gerações acaba se tornando práticas sociais. Esses comportamentos e práticas sociais geram contingências entrelaçadas entre os indivíduos, e com isso um produto agregado, que difere da soma da análise dos comportamentos individuais e das conseqüências individuais destes, que de uma maneira singular, retornam a um grupo de pessoas, estimulando novos comportamentos, numa grande cadeia de contingências, mostrando a complexidade do comportamento, seja ele individual e/ou grupal.
Desta forma, os comportamentos violentos em larga escala, dos americanos, não se restringem apenas aos estímulos oferecidos pela mídia, mas também pelo contato humano de uns com os outros. Uma cultura que transpassa a “televisão”, é levado para dentro das casas e passado a todos que lá convivem, desde a infância até a fase adulta, no qual a alteração de comportamentos violentos se tornam mais difíceis. Desta forma, o comportamento social da violência torna-se uma prática social/cultural de violência.
Esses comportamentos violentos e indesejáveis são reproduzidos em diversos contextos, sendo observados, cada vez com mais freqüência na família, nas escolas, em jogos, que se tornam cada vez mais competitivos, como é mostrado no documentário, com a chacina de Columbine e com o assassinato de uma menina de seis anos por um garoto da mesma idade.
Infelizmente, ao que mostra o documentário, a sociedade americana tem se preocupado muito mais em arrumar condições de remediar o mal causado pelas práticas coercitivas da mídia e dos políticos, e do controle ineficiente por parte do governo, do que com o planejamento cultural e medidas preventivas, eficientes à alteração desses comportamentos agressivos e anti-sociais, que levam a morte de tantas pessoas no país.


Fonte:http://artigos.psicologado.com/abordagens/comportamental/metacontingencias-o-estudo-dos-comportamentos-sociais-na-analise-do-comportamento#ixzz2CKsJnJma
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Foto: 3. Comportamento Individual e Comportamento Social: Influências Recíprocas
O documentário “Tiros em Columbine” demonstra, por meio de um acervo de notícias recentes, como o social pode influenciar no comportamento das pessoas. Através da mídia, da política, de noticiários, que enfatizam a violência e implantam o medo, disseminam a cultura de que "a melhor defesa é o ataque", e que a melhor forma de se fazer isso é através do armamento em massa.
Ao que o documentário mostra, a política do país, através dos meios de comunicação tem conseguido influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, de forma incrivelmente favorável ao uso de armas e apologia a violência como forma de proteção de si mesmo, de sua família, de seus amigos, de um “inimigo invisível”, e desfavorável no que tange a preservação da vida em si, das relações humanas e da harmonia no contato com o outro. Há um condicionamento sobre o “pensamento” das pessoas, capaz de formular suas opiniões.
Essa cultura age sobre os cidadãos americanos, provocando uma insegurança nacional, o que faz com que o “medo’ seja um sentimento crônico e, devido a esses estímulos faça-os buscar uma falsa segurança armamentista e violenta. Assim, as indústrias de armas ganham muito mais dinheiro e, conseqüentemente, o governo lucra també, com os impostos, ignorando as conseqüências e transformando dos EUA no país mais violento do mundo, onde adolescentes e até mesmo crianças podem se matar com armas de fogo.
Moore afirma que, através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos, de certa forma, suficientemente atrativos, mas que desencadeiam comportamentos violentos e sentimento de medo, para desviar a atenção das pessoas dos verdadeiros problemas da sociedade, como os econômicos, sociais, políticos...
O governo parece manipular os meios de comunicação, sabendo que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturando-as com certo número de informações, que apelam para fatos irrelevantes ou sem muita importância, não sobra espaço/tempo para as pessoas receberem outras idéias/informações, desviando a atenção e distraindo-as de questões mais graves. O que é mostrado, por exemplo, através da ênfase dada ao cantor Marilyn Mason e suas músicas, chegando a “culpá-lo”, como o causador do ocorrido em Columbine, ignorando todo o resto do ambiente dos estudantes que cometeram o ato, como o modo de funcionamento da própria escola, o convívio dentro de casa com a família, os relacionamentos interpessoais desses jovens, outros estímulos da mídia, dentre outros.
De acordo com Althusser (s.d.p.43),
o papel dos meios de comunicação de massa, como um dos aparelhos ideológicos do Estado (meios pelos quais o Estado se utiliza para garantir a reprodução das relações de produção através da ideologia, em oposição à repressão), consiste em saturar todos os cidadãos com doses diárias de nacionalismo, chauvinismo, liberalismo, moralismo etc., através da imprensa, rádio e da televisão.

Nesse contexto, os meios de comunicação de massa teriam o papel de difundir idéias e informações de acordo com a vontade daqueles que estão no poder, ocasionando, propositalmente, certos erros ao divulgar informações, como a superficialidade, a banalização, a imparcialidade e a omissão. Como afirma Moore, a mídia/noticiários, podem até não mentir, mas certamente manipulam e selecionam aquilo que vão passar ao telespectador, desviando o foco e mascarando fatos que deveriam ter maior atenção.
Em uma civilização, como a americana, mesmo que, devido a essa política de necessidade de se proteger, eles se isolem e restrinjam o contato humano, ainda assim o comportamento social está presente, não dá para se “fugir” dele, estando inserido em uma sociedade. O comportamento social torna uma pessoa parte do ambiente de outra, fazendo com que o outro indivíduo estabeleça ocasião ou libere conseqüências de respostas em contingências sociais.
Tal afirmação mostra como os comportamentos individuais e sociais se influenciam mutuamente, como seres humanos todos possuem sua ontogenia, uma história única e individual, mas que além de ser formada através de contingências ambientais, o comportamento individual também é construído a partir dos contatos interpessoais, a partir do comportamento social, que com o tempo e gerações acaba se tornando práticas sociais. Esses comportamentos e práticas sociais geram contingências entrelaçadas entre os indivíduos, e com isso um produto agregado, que difere da soma da análise dos comportamentos individuais e das conseqüências individuais destes, que de uma maneira singular, retornam a um grupo de pessoas, estimulando novos comportamentos, numa grande cadeia de contingências, mostrando a complexidade do comportamento, seja ele individual e/ou grupal.
Desta forma, os comportamentos violentos em larga escala, dos americanos, não se restringem apenas aos estímulos oferecidos pela mídia, mas também pelo contato humano de uns com os outros. Uma cultura que transpassa a “televisão”, é levado para dentro das casas e passado a todos que lá convivem, desde a infância até a fase adulta, no qual a alteração de comportamentos violentos se tornam mais difíceis. Desta forma, o comportamento social da violência torna-se uma prática social/cultural de violência.
Esses comportamentos violentos e indesejáveis são reproduzidos em diversos contextos, sendo observados, cada vez com mais freqüência na família, nas escolas, em jogos, que se tornam cada vez mais competitivos, como é mostrado no documentário, com a chacina de Columbine e com o assassinato de uma menina de seis anos por um garoto da mesma idade.
Infelizmente, ao que mostra o documentário, a sociedade americana tem se preocupado muito mais em arrumar condições de remediar o mal causado pelas práticas coercitivas da mídia e dos políticos, e do controle ineficiente por parte do governo, do que com o planejamento cultural e medidas preventivas, eficientes à alteração desses comportamentos agressivos e anti-sociais, que levam a morte de tantas pessoas no país.


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