quarta-feira, 13 de agosto de 2014




O Aspecto Psico-Socio-Afetivo da Pessoa Portadora de Doença Crônica
Existem algumas características psicológicas comuns aos pacientes crônicos. Ao que parece ser doente crônico implica em realizar uma elaboração psicológica de sua própria existência. Uma vez que o sujeito vai entrar em uma condição permanente, que acometerá a sua saúde e poderá acarretar algumas consequências em sua vida.
Contudo, o indivíduo será considerado paciente crônico se for portador de doença incurável. Observa-se, porém, que muitos pacientes que têm um longo período de internação procuram manter a cronicidade da doença, muitas vezes, a fim de obter cuidados que fora do ambiente hospitalar não teriam, ou mesmo por sentirem necessidade psicológica imensa de viver dramaticamente um estado crônico, que parece ser indispensável ao seu funcionamento existencial. (SANTOS, 2003).




Mecanismos de Defesa no Paciente Crônico
Os mecanismos de defesa servem para aliviar a angústia e diminuir a tensão, haja vista que se instala na vida do sujeito que se depara na condição de doente crônico. O diagnóstico de algum tipo de enfermidade crônica emerge a questão da morte e inevitavelmente os pacientes e os profissionais de saúde têm a consciência de que estão lidando com um terreno árido que dificilmente terá como fim a cura.
Segundo Zosaya (1985), a doença crônica produz uma série de conflitos emocionais, ansiedade, angústia, que vão desencadear no paciente uma série de mecanismos defensivos múltiplos; entre os mais frequentes e interessantes de comentar se encontram:
• Regressão: o paciente assume uma postura infantil frente a sua enfermidade, e põe em jogo um mecanismo regressivo. Esse comportamento é observado em pacientes com características dependentes, acabam por demandar uma necessidade de atenção maior, de serem apreciados. Podendo provocar uma desorganização no seio familiar.
• Negação: nesse mecanismo, o sujeito não reconhece sua enfermidade e engana-se a si mesmo e seus familiares. São pouco colaborativos e se negam em receber ajuda médica.
• Intelectualização: o paciente visa investigar os vários aspectos de sua doença e pretende que, ao conhecê-la de modo mais abrangente, ela deixe de existir. Esse mecanismo pode ser positivo, se o paciente for bem orientado pela equipe médica.
No ambiente hospitalar, em situações de terminalidade e morte, o processo psicoterápico deve enfatizar a expressão dos sentimentos, a melhora da qualidade de vida e a facilitação da comunicação (Kovács apud SCHMIDT 2011)

Foto: Mecanismos de Defesa no Paciente Crônico 
Os mecanismos de defesa servem para aliviar a angústia e diminuir a tensão, haja vista que se instala na vida do sujeito que se depara na condição de doente crônico. O diagnóstico de algum tipo de enfermidade crônica emerge a questão da morte e inevitavelmente os pacientes e os profissionais de saúde têm a consciência de que estão lidando com um terreno árido que dificilmente terá como fim a cura.
Segundo Zosaya (1985), a doença crônica produz uma série de conflitos emocionais, ansiedade, angústia, que vão desencadear no paciente uma série de mecanismos defensivos múltiplos; entre os mais frequentes e interessantes de comentar se encontram:
• Regressão: o paciente assume uma postura infantil frente a sua enfermidade, e põe em jogo um mecanismo regressivo. Esse comportamento é observado em pacientes com características dependentes, acabam por demandar uma necessidade de atenção maior, de serem apreciados. Podendo provocar uma desorganização no seio familiar.
• Negação: nesse mecanismo, o sujeito não reconhece sua enfermidade e engana-se a si mesmo e seus familiares. São pouco colaborativos e se negam em receber ajuda médica.
• Intelectualização: o paciente visa investigar os vários aspectos de sua doença e pretende que, ao conhecê-la de modo mais abrangente, ela deixe de existir. Esse mecanismo pode ser positivo, se o paciente for bem orientado pela equipe médica.
No ambiente hospitalar, em situações de terminalidade e morte, o processo psicoterápico deve enfatizar a expressão dos sentimentos, a melhora da qualidade de vida e a facilitação da comunicação (Kovács apud SCHMIDT 2011)

 
A Análise do Comportamento é uma área de investigação conceitual, empírica e aplicada do comportamento. Busca predizê-lo e compreendê-lo, bem como os seus determinantes. Ela procura entender o ser humano em sua interação com o meio.
Ao falar de Análise do Comportamento, deve-se falar também de B. F. Skinner (1904-1990), um importante pesquisador que influenciou sobremaneira a forma como hoje vemos o behaviorismo. Skinner acreditava que o comportamento humano, por mais complexo que fosse, pode sim ser estudado cientificamente, e mostrou em seus estudos que é possível, e plausível, a união de uma ciência do comportamento com fenômenos complexos e subjetivos ao ser humano, como a emoção.
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, emoção consiste numa reação orgânica de intensidade e duração variáveis, geralmente acompanhada de alterações fisiológicas e de excitação mental.
Ao longo da nossa história filogenética, desenvolvemos comportamentos necessários à sobrevivência da espécie, chamados de reflexos inatos. Consistem em alterações no ambiente que produzem uma alteração no organismo, preparando-o então para interagir com esse ambiente, representando um conjunto de comportamentos e relações fixas, involuntárias e automáticas, características de cada espécie, desde a vida uterina. Assim, contraímos os músculos quando tocamos uma superfície quente; salivamos aos entrar em contato com alimentos; e temos também reações emocionais diversas que nos ajudam em determinadas situações. (BORGES & CASSAS, 2012; MOREIRA E MEDEIROS, 2007, RANGÉ & Col, 2001)

Skinner (1974) enfatiza que a emoção não é causal, ou seja, a emoção não é a origem de um comportamento. A “causa” faria parte de uma cadeia, composta pelos elos comportamento, emoção e evento externo anterior. “O elo médio [emoção] pode ser tomado tanto como psíquico quanto como fisiológico. No caso psíquico, argumenta-se que uma circunstância externa faz com que o indivíduo se sinta emocional e o sentimento o leva a encenar a ação apropriada. (p. 176)”.

Um fenômeno de grande complexidade como a emoção precisa levar em consideração os vários mecanismos e eventos que influenciam de alguma forma os estímulos que participam de suas relações. Não é, portanto, apenas uma alteração no organismo. Quando um indivíduo anuncia alguma emoção (estou zangado, por exemplo), traz consigo uma predisposição para agir de maneiras específicas (como emitir respostas de agredir, xingar, ter os batimentos cardíacos aumentados, franzir o cenho – no caso de estar zangado, por exemplo). “Os nomes das assim chamadas emoções servem para classificar o comportamento em relação a várias circunstâncias que afetam sua probabilidade (p. 178)”. É dessa forma, então, que Skinner (1974) relaciona a emoção como sendo uma alteração na predisposição à ação.

Skinner (1974) também afirma que algumas emoções alteram apenas uma parte do repertório do organismo, como simpatia e divertimento, enquanto outras alteram-no como um todo, como tristeza e alegria. Porém, conforme afirma Thomaz (2011), denominações como simpatia, divertimento, tristeza e alegria devem ser usadas com cuidado e parcimônia num contexto de análise do comportamento, pois esses termos podem constituir-se em rótulos, não explicitando todas as contingências que atuam nesses eventos. Skinner (1974) também aponta para isso quando afirma que “as respostas que variam juntas em uma emoção o fazem em parte por causa de uma conseqüência em comum (p. 179)”, o que não indica necessariamente o todo ocorrido.

Foto: A Análise do Comportamento é uma área de investigação conceitual, empírica e aplicada do comportamento. Busca predizê-lo e compreendê-lo, bem como os seus determinantes. Ela procura entender o ser humano em sua interação com o meio.
Ao falar de Análise do Comportamento, deve-se falar também de B. F. Skinner (1904-1990), um importante pesquisador que influenciou sobremaneira a forma como hoje vemos o behaviorismo. Skinner acreditava que o comportamento humano, por mais complexo que fosse, pode sim ser estudado cientificamente, e mostrou em seus estudos que é possível, e plausível, a união de uma ciência do comportamento com fenômenos complexos e subjetivos ao ser humano, como a emoção.
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, emoção consiste numa reação orgânica de intensidade e duração variáveis, geralmente acompanhada de alterações fisiológicas e de excitação mental.
Ao longo da nossa história filogenética, desenvolvemos comportamentos necessários à sobrevivência da espécie, chamados de reflexos inatos. Consistem em alterações no ambiente que produzem uma alteração no organismo, preparando-o então para interagir com esse ambiente, representando um conjunto de comportamentos e relações fixas, involuntárias e automáticas, características de cada espécie, desde a vida uterina. Assim, contraímos os músculos quando tocamos uma superfície quente; salivamos aos entrar em contato com alimentos; e temos também reações emocionais diversas que nos ajudam em determinadas situações. (BORGES & CASSAS, 2012; MOREIRA E MEDEIROS, 2007, RANGÉ & Col, 2001)

Skinner (1974) enfatiza que a emoção não é causal, ou seja, a emoção não é a origem de um comportamento. A “causa” faria parte de uma cadeia, composta pelos elos comportamento, emoção e evento externo anterior. “O elo médio [emoção] pode ser tomado tanto como psíquico quanto como fisiológico. No caso psíquico, argumenta-se que uma circunstância externa faz com que o indivíduo se sinta emocional e o sentimento o leva a encenar a ação apropriada. (p. 176)”.

Um fenômeno de grande complexidade como a emoção precisa levar em consideração os vários mecanismos e eventos que influenciam de alguma forma os estímulos que participam de suas relações. Não é, portanto, apenas uma alteração no organismo. Quando um indivíduo anuncia alguma emoção (estou zangado, por exemplo), traz consigo uma predisposição para agir de maneiras específicas (como emitir respostas de agredir, xingar, ter os batimentos cardíacos aumentados, franzir o cenho – no caso de estar zangado, por exemplo). “Os nomes das assim chamadas emoções servem para classificar o comportamento em relação a várias circunstâncias que afetam sua probabilidade (p. 178)”. É dessa forma, então, que Skinner (1974) relaciona a emoção como sendo uma alteração na predisposição à ação.

Skinner (1974) também afirma que algumas emoções alteram apenas uma parte do repertório do organismo, como simpatia e divertimento, enquanto outras alteram-no como um todo, como tristeza e alegria. Porém, conforme afirma Thomaz (2011), denominações como simpatia, divertimento, tristeza e alegria devem ser usadas com cuidado e parcimônia num contexto de análise do comportamento, pois esses termos podem constituir-se em rótulos, não explicitando todas as contingências que atuam nesses eventos. Skinner (1974) também aponta para isso quando afirma que “as respostas que variam juntas em uma emoção o fazem em parte por causa de uma conseqüência em comum (p. 179)”, o que não indica necessariamente o todo ocorrido.



3. Comportamento Individual e Comportamento Social: Influências Recíprocas
O documentário “Tiros em Columbine” demonstra, por meio de um acervo de notícias recentes, como o social pode influenciar no comportamento das pessoas. Através da mídia, da política, de noticiários, que enfatizam a violência e implantam o medo, disseminam a cultura de que "a melhor defesa é o ataque", e que a melhor forma de se fazer isso é através do armamento em massa.
Ao que o documentário mostra, a política do país, através dos meios de comunicação tem conseguido influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, de forma incrivelmente favorável ao uso de armas e apologia a violência como forma de proteção de si mesmo, de sua família, de seus amigos, de um “inimigo invisível”, e desfavorável no que tange a preservação da vida em si, das relações humanas e da harmonia no contato com o outro. Há um condicionamento sobre o “pensamento” das pessoas, capaz de formular suas opiniões.
Essa cultura age sobre os cidadãos americanos, provocando uma insegurança nacional, o que faz com que o “medo’ seja um sentimento crônico e, devido a esses estímulos faça-os buscar uma falsa segurança armamentista e violenta. Assim, as indústrias de armas ganham muito mais dinheiro e, conseqüentemente, o governo lucra també, com os impostos, ignorando as conseqüências e transformando dos EUA no país mais violento do mundo, onde adolescentes e até mesmo crianças podem se matar com armas de fogo.
Moore afirma que, através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos, de certa forma, suficientemente atrativos, mas que desencadeiam comportamentos violentos e sentimento de medo, para desviar a atenção das pessoas dos verdadeiros problemas da sociedade, como os econômicos, sociais, políticos...
O governo parece manipular os meios de comunicação, sabendo que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturando-as com certo número de informações, que apelam para fatos irrelevantes ou sem muita importância, não sobra espaço/tempo para as pessoas receberem outras idéias/informações, desviando a atenção e distraindo-as de questões mais graves. O que é mostrado, por exemplo, através da ênfase dada ao cantor Marilyn Mason e suas músicas, chegando a “culpá-lo”, como o causador do ocorrido em Columbine, ignorando todo o resto do ambiente dos estudantes que cometeram o ato, como o modo de funcionamento da própria escola, o convívio dentro de casa com a família, os relacionamentos interpessoais desses jovens, outros estímulos da mídia, dentre outros.
De acordo com Althusser (s.d.p.43),
o papel dos meios de comunicação de massa, como um dos aparelhos ideológicos do Estado (meios pelos quais o Estado se utiliza para garantir a reprodução das relações de produção através da ideologia, em oposição à repressão), consiste em saturar todos os cidadãos com doses diárias de nacionalismo, chauvinismo, liberalismo, moralismo etc., através da imprensa, rádio e da televisão.

Nesse contexto, os meios de comunicação de massa teriam o papel de difundir idéias e informações de acordo com a vontade daqueles que estão no poder, ocasionando, propositalmente, certos erros ao divulgar informações, como a superficialidade, a banalização, a imparcialidade e a omissão. Como afirma Moore, a mídia/noticiários, podem até não mentir, mas certamente manipulam e selecionam aquilo que vão passar ao telespectador, desviando o foco e mascarando fatos que deveriam ter maior atenção.
Em uma civilização, como a americana, mesmo que, devido a essa política de necessidade de se proteger, eles se isolem e restrinjam o contato humano, ainda assim o comportamento social está presente, não dá para se “fugir” dele, estando inserido em uma sociedade. O comportamento social torna uma pessoa parte do ambiente de outra, fazendo com que o outro indivíduo estabeleça ocasião ou libere conseqüências de respostas em contingências sociais.
Tal afirmação mostra como os comportamentos individuais e sociais se influenciam mutuamente, como seres humanos todos possuem sua ontogenia, uma história única e individual, mas que além de ser formada através de contingências ambientais, o comportamento individual também é construído a partir dos contatos interpessoais, a partir do comportamento social, que com o tempo e gerações acaba se tornando práticas sociais. Esses comportamentos e práticas sociais geram contingências entrelaçadas entre os indivíduos, e com isso um produto agregado, que difere da soma da análise dos comportamentos individuais e das conseqüências individuais destes, que de uma maneira singular, retornam a um grupo de pessoas, estimulando novos comportamentos, numa grande cadeia de contingências, mostrando a complexidade do comportamento, seja ele individual e/ou grupal.
Desta forma, os comportamentos violentos em larga escala, dos americanos, não se restringem apenas aos estímulos oferecidos pela mídia, mas também pelo contato humano de uns com os outros. Uma cultura que transpassa a “televisão”, é levado para dentro das casas e passado a todos que lá convivem, desde a infância até a fase adulta, no qual a alteração de comportamentos violentos se tornam mais difíceis. Desta forma, o comportamento social da violência torna-se uma prática social/cultural de violência.
Esses comportamentos violentos e indesejáveis são reproduzidos em diversos contextos, sendo observados, cada vez com mais freqüência na família, nas escolas, em jogos, que se tornam cada vez mais competitivos, como é mostrado no documentário, com a chacina de Columbine e com o assassinato de uma menina de seis anos por um garoto da mesma idade.
Infelizmente, ao que mostra o documentário, a sociedade americana tem se preocupado muito mais em arrumar condições de remediar o mal causado pelas práticas coercitivas da mídia e dos políticos, e do controle ineficiente por parte do governo, do que com o planejamento cultural e medidas preventivas, eficientes à alteração desses comportamentos agressivos e anti-sociais, que levam a morte de tantas pessoas no país.


Fonte:http://artigos.psicologado.com/abordagens/comportamental/metacontingencias-o-estudo-dos-comportamentos-sociais-na-analise-do-comportamento#ixzz2CKsJnJma
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O documentário “Tiros em Columbine” demonstra, por meio de um acervo de notícias recentes, como o social pode influenciar no comportamento das pessoas. Através da mídia, da política, de noticiários, que enfatizam a violência e implantam o medo, disseminam a cultura de que "a melhor defesa é o ataque", e que a melhor forma de se fazer isso é através do armamento em massa.
Ao que o documentário mostra, a política do país, através dos meios de comunicação tem conseguido influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, de forma incrivelmente favorável ao uso de armas e apologia a violência como forma de proteção de si mesmo, de sua família, de seus amigos, de um “inimigo invisível”, e desfavorável no que tange a preservação da vida em si, das relações humanas e da harmonia no contato com o outro. Há um condicionamento sobre o “pensamento” das pessoas, capaz de formular suas opiniões.
Essa cultura age sobre os cidadãos americanos, provocando uma insegurança nacional, o que faz com que o “medo’ seja um sentimento crônico e, devido a esses estímulos faça-os buscar uma falsa segurança armamentista e violenta. Assim, as indústrias de armas ganham muito mais dinheiro e, conseqüentemente, o governo lucra també, com os impostos, ignorando as conseqüências e transformando dos EUA no país mais violento do mundo, onde adolescentes e até mesmo crianças podem se matar com armas de fogo.
Moore afirma que, através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos, de certa forma, suficientemente atrativos, mas que desencadeiam comportamentos violentos e sentimento de medo, para desviar a atenção das pessoas dos verdadeiros problemas da sociedade, como os econômicos, sociais, políticos...
O governo parece manipular os meios de comunicação, sabendo que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturando-as com certo número de informações, que apelam para fatos irrelevantes ou sem muita importância, não sobra espaço/tempo para as pessoas receberem outras idéias/informações, desviando a atenção e distraindo-as de questões mais graves. O que é mostrado, por exemplo, através da ênfase dada ao cantor Marilyn Mason e suas músicas, chegando a “culpá-lo”, como o causador do ocorrido em Columbine, ignorando todo o resto do ambiente dos estudantes que cometeram o ato, como o modo de funcionamento da própria escola, o convívio dentro de casa com a família, os relacionamentos interpessoais desses jovens, outros estímulos da mídia, dentre outros.
De acordo com Althusser (s.d.p.43),
o papel dos meios de comunicação de massa, como um dos aparelhos ideológicos do Estado (meios pelos quais o Estado se utiliza para garantir a reprodução das relações de produção através da ideologia, em oposição à repressão), consiste em saturar todos os cidadãos com doses diárias de nacionalismo, chauvinismo, liberalismo, moralismo etc., através da imprensa, rádio e da televisão.

Nesse contexto, os meios de comunicação de massa teriam o papel de difundir idéias e informações de acordo com a vontade daqueles que estão no poder, ocasionando, propositalmente, certos erros ao divulgar informações, como a superficialidade, a banalização, a imparcialidade e a omissão. Como afirma Moore, a mídia/noticiários, podem até não mentir, mas certamente manipulam e selecionam aquilo que vão passar ao telespectador, desviando o foco e mascarando fatos que deveriam ter maior atenção.
Em uma civilização, como a americana, mesmo que, devido a essa política de necessidade de se proteger, eles se isolem e restrinjam o contato humano, ainda assim o comportamento social está presente, não dá para se “fugir” dele, estando inserido em uma sociedade. O comportamento social torna uma pessoa parte do ambiente de outra, fazendo com que o outro indivíduo estabeleça ocasião ou libere conseqüências de respostas em contingências sociais.
Tal afirmação mostra como os comportamentos individuais e sociais se influenciam mutuamente, como seres humanos todos possuem sua ontogenia, uma história única e individual, mas que além de ser formada através de contingências ambientais, o comportamento individual também é construído a partir dos contatos interpessoais, a partir do comportamento social, que com o tempo e gerações acaba se tornando práticas sociais. Esses comportamentos e práticas sociais geram contingências entrelaçadas entre os indivíduos, e com isso um produto agregado, que difere da soma da análise dos comportamentos individuais e das conseqüências individuais destes, que de uma maneira singular, retornam a um grupo de pessoas, estimulando novos comportamentos, numa grande cadeia de contingências, mostrando a complexidade do comportamento, seja ele individual e/ou grupal.
Desta forma, os comportamentos violentos em larga escala, dos americanos, não se restringem apenas aos estímulos oferecidos pela mídia, mas também pelo contato humano de uns com os outros. Uma cultura que transpassa a “televisão”, é levado para dentro das casas e passado a todos que lá convivem, desde a infância até a fase adulta, no qual a alteração de comportamentos violentos se tornam mais difíceis. Desta forma, o comportamento social da violência torna-se uma prática social/cultural de violência.
Esses comportamentos violentos e indesejáveis são reproduzidos em diversos contextos, sendo observados, cada vez com mais freqüência na família, nas escolas, em jogos, que se tornam cada vez mais competitivos, como é mostrado no documentário, com a chacina de Columbine e com o assassinato de uma menina de seis anos por um garoto da mesma idade.
Infelizmente, ao que mostra o documentário, a sociedade americana tem se preocupado muito mais em arrumar condições de remediar o mal causado pelas práticas coercitivas da mídia e dos políticos, e do controle ineficiente por parte do governo, do que com o planejamento cultural e medidas preventivas, eficientes à alteração desses comportamentos agressivos e anti-sociais, que levam a morte de tantas pessoas no país.


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